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Análise do texto de Mircea Eliade do livro "Tratado da História das Religiões" sobre a morfologia e função dos mitos, e análise da entrevista de Joseph Campbell sobre os mitos




1 – Qual a importância dos mitos para a construção da historiografia sobre a História Antiga?

Os antepassados tinham sua forma de viver e de ver o mundo, e tudo que acontecia. A partir dos mitos podemos analisar a visão de mundo de cada povo antigo. O mito forma a identidade de um povo, mas para sua forma de compreender a si mesmo e o mundo a sua volta. Os mitos explicam e nos ajudam a entender a forma em que os povos viviam e como pensavam. Nos ajuda a entender sua cultura e religião.



2 – De acordo com o texto de Mircea Eliade – “Tratado de História das Religiões - Morfologia e função dos Mitos” -, como os mitos são relembrados e se relacionam com o tempo profano?

Qualquer que seja a origem, o mito é sempre precedente (anterior, antigo) e um exemplo em  relação as ações (sagradas ou profanas) do homem, e também em relação a sua própria condição. Quando se fala que o mito é sempre precedente, o autor diz que os povos antigos pensavam e acreditavam que se antes os deuses fizeram algo, eles podiam e deviam fazer também. "Assim fizeram os deuses, assim fazem os homens". Todo mito, independente de sua origem, traz um acontecimento e constituem um precedente para todas as ações e situações que se repetiram. Todo ritual ou ação repetem um arquétipo mítico. A repetição implica na abolição do tempo profano e a projeção do homem num tempo mágico-religioso. Aquele que realiza um rito transcende o tempo e o espaço profano.



3 – Com base na entrevista de Joseph Campbell sobre o poder do mito (https://www.youtube.com/watch?v=TIMZkR7dy7s), aponte quais são as sequências típicas/estruturas que costumam se repetir nos mitos?

A entrevista é realizada por Bill Moyers ao Senhor Joseph Campbell a respeito dos mitos e seu poder. Campbell começa a entrevista falando sobre o título de seu livro O Herói de Mil Faces. Diz que há uma sequência típica e comum entre as diversas histórias dos povos descritos nos mitos, que acontece e sempre acontecia. Diz que nos mitos existe o personagem que é o herói e que durante os acontecimentos vividos na história realizou algo extraordinário. Esse algo extraordinário pode ser uma proeza de uma ação física, como por exemplo, dar a sua vida para salvar outra; e uma ação espiritual, onde o herói abandona sua condição, encontra a fonte da vida, e chega a uma condição diferente.
 Nos mitos há vários tipos de heróis. O que se torna, a partir de experiências ou situações vividas, e de repente se encontra no meio de uma aventura, como podemos analisar nos mitos celtas. Existe o herói que resolve de maneira responsável e intencional realizar determinada proeza. Por exemplo, Telêmaco, filho de Ulisses, que é chamado para ir ao encontro de seu pai. Ele faz isto intencionalmente. Há também a situação que o personagem é obrigado a viver uma situação, e a partir disto se torna um herói, por exemplo, quando o jovem é convocado para se alistar no exército. 
 O objetivo moral do heroísmo é salvar o povo. O herói se sacrifica por algo. Campbell também comenta a respeito dos mitos onde o herói rouba o fogo e o entrega para a humanidade. Esta ideia faz parte dos mitos de vários povos antigos. 
 As histórias dos heróis variam de uma cultura para outra, e de qual tempo está sendo vivido, e qual o período da história. O herói evolui a medida que a cultura também evolui. 
 Campbell comenta que o ato heroico é caracterizado pela partida, realização e regresso. Em diversas culturas e religiões podemos perceber que mesmo diferentes, determinados personagens andam muito próximos e tem características semelhantes, como por exemplo Buda e Jesus Cristo, onde toda a trajetória, e até mesmo o caráter de seus apóstolos e monges eram semelhantes. Em toda a trajetória dos dois são realizadas as mesmas proezas.
 Todos os mitos tratam da perca do Herói para que ele possa ajudar ao seu povo. É algo que envolve uma grande transformação da consciência, e os mitos tratam disso. Hoje você pensa de uma forma, e amanhã de outra, e a consciência se transforma pelas provas que o herói tem que passar. Provas e revelações.
 Podemos perceber que o mito é o limite, e a conexão entre aquilo que pode ser conhecido e o que nunca poderá ser descoberto pois é um mistério. Ninguém sabe a fonte da vida. É importante viver a vida e conhecer pouco a pouco de seus mistérios.



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